Thursday, September 04, 2014

sete anos depois


"Dizem por aí que as palavras tem poder. Ao meu ver, os pensamentos também tem. E um sonho só vai deixar de ser um sonho quando você acreditar que ele pode deixar de ser. Quando o medo de fracassar for perdido, dando lugar a uma sensação de confiança que talvez nunca se tenha sentido. (...) Acreditar que é capaz transforma um ser humano num ser extraordinário. Porque, acreditando, se vai além. Tentar, tentar, tentar. Ninguém se torna experiente sem ter errado pelo menos uma vez na vida. Errar é o que faz acertar. E não desistir também. (...) Acredite em si mesmo. Encare as possibilidades que a vida traz. Porque, de uma forma ou de outra, você vai descobrir e perceber quantas coisas você é capaz de fazer. Eu sempre acreditei. E continuo acreditando."

"- É isso aqui – eu disse enquanto apontava para a página aberta do livro – meu maior sonho está aqui. São essas palavras, sabe? Quero conhecer todas, entender todas e poder escrever histórias sobre pessoas que fazem perguntas tão inteligentes assim como você."




Eu tinha sete anos quando escrevi os primeiros versos. Era uma rima e, fazendo jus à uma de minhas principais características, devo tê-la guardada em algum lugar. Ou não. Até porque não lembro exatamente se eu tinha sete anos quando escrevi os primeiros versos. Eu lembro, sim, de tê-los escrito. Uma rima boba, de um garoto apaixonado - pra variar. Mas acredito que, pelo fato de o número sete ser especial para mim - talvez pela data do meu aniversário, forcei minha mente a deixar essa lembrança como algo de quase vinte anos atrás. Ou, quem sabe, talvez não seja realmente essa a verdadeira história?

Eu sei que, com quatorze - vejam bem: o dobro de sete, eu criei meu primeiro blog. Foi a primeira vez que me transformei em um personagem para viver uma vida na qual apenas eu mantinha todo o controle. É, com a escrita eu acabei percebendo que, se não era possível ter controle sobre algumas coisas da minha vida, papel e caneta (é mais poético que um teclado de computador) o fariam por mim. E, ainda com quatorze, escrevi o primeiro conto de que me lembro. Com quatorze anos eu escrevi pela primeira vez como era estar verdadeiramente apaixonado. E eu só percebi isso anos depois, porque, à época, eu chamava aquilo de amor.

Aos vinte e um  - sete vezes três, hêhê - as folhas de um caderno se tornaram motivo de minha existência. Papel e caneta (e aqui é realidade, não só poesia) se tornaram parte de mim e se fizeram a aquela válvula de escape que todo ser humano precisa ter quando o mundo parece desabar. Mas papel e caneta, e isso não é uma queixa, sempre se fazem mais presentes na melancolia. E, em dois mil e SETE, quando eu acreditei que podia dar materialidade aos meus sonhos pela primeira vez, nasceu esse blog. Depois de uma inconstante estadia entre diários virtuais ao longo de cinco anos - fictícios e reais - eu passei a compartilhar com os outros aquilo que até então era só meu. Em 2007 eu acreditei em mim. Ou o ego falou mais alto e me fez acreditar que o anonimato era egoísmo.

O fato é que hoje, SETE anos depois, eu realizo o maior sonho que tinha na vida. Um sonho que fazia tudo ser pequeno quando pensava na possibilidade de que ele acontecesse. Alegria, ansiedade, medo, orgulho, covardia, gratidão e amor - muito amor - se misturam e me fazem sentir de um jeito que, eu acredito, só quem realiza um sonho de verdade consegue entender. Esse ano o Mais do Mesmo completa sete anos. E não existiria aniversário mais especial que esse para que ele saísse do mundo virtual e repousasse nas minhas mãos. Obrigado, de coração, a toda e qualquer pessoa que já passou pela minha vida. Minha maior realização na vida não seria possível sem vocês.

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