Morar em Rio Branco é isso: o que você fala, o que você faz, o que você pensa e, principalmente, o que você escreve toma proporções que é impossível mesurar. É por isso que muitos ficam calados, é por isso que muitos sofrem em silêncio. O julgamento das outras pessoas te torna escravo dos seus próprios sentimentos, sem que seja coerente explicar alguma coisa ou simplesmente se explicar. Para você mesmo. Você fica refém do que os outros vão pensar de você e isso te faz sofrer mais ainda. Se manifestar na internet, principalmente escrevendo em blogs, é a forma que muitos encontram para extravasar todos aqueles sentimentos, sejam bons ou ruins, e compartilhar com outras pessoas que, muitas vezes, sentem o mesmo. Anonimamente.
Porque morar em Rio Branco é isso: ou você se manifesta anonimamente ou as pessoas vão te olhar torto quando te encontrarem na rua. Eu, particularmente, escolhi não ser um anônimo. Assino minhas publicações com meu nome, da mesma forma que assino um documento registrado em cartório. Por quê? Porque, de certa forma, acho que ainda sei distinguir aquilo que as pessoas realmente não precisam saber daquilo que eu quero que elas saibam. Não conto tantas histórias reais, não detalho tudo o que sinto, não especifico qualquer coisa que aconteça na minha vida. Meu blog não é um diário, é um pequeno manifesto de tudo o que se passa dentro da minha cabeça, do meu coração.
Mas morar em Rio Branco é isso: você pode apenas encontrar uma pessoa e perguntar se está tudo bem. Quando essa troca de cumprimento for passada a uma terceira pessoa ela já saberá que você estava com cara de choro, muito pálido, andando apressado. E dali pra frente é possível escrever um livro sobre um simples encontro no Mercado Velho. Se eu falo sobre algumas coisas aqui, as pessoas tem o direito de comentar sim, afinal eu tornei público o que estava sentindo. Mas, gente, precisa deturpar ou simplesmente engrandecer tanto? Que dificuldade é essa de procurar algo mais útil pra fazer que ficar falando isso ou aquilo de quem nem mesmo conhece?
É que morar em Rio Branco é isso: não tem coisa mais útil pra fazer que falar da vida alheia né? Porque o interessante mesmo é achar que conhece a pessoa a fundo, que é o melhor amigo só porque leu alguma coisa na internet. Só porque você sabe um mínimo da vida da pessoa, isso já te dá o direito de achar que sabe da vida inteira. Se eu falo de coisas tristes por aqui, não significa que minha vida inteira eu fui triste. Do mesmo jeito, se eu falar de coisas alegres, não quer dizer que eu sempre fui alegre. Aliás, quem consegue viver uma vida inteira apenas n’um estado de alegria ou de tristeza, sinceramente precisa procurar um médico urgente.
Ser feliz ou ser triste não é condição de vida. É apenas um estado de espírito. As vezes dura mais, as vezes dura menos. E ninguém escolhe isso, gente. Nem sempre essa história de o sofrimento é opcional é verdadeira. E quem sente, quem passa, sabe disso. Tudo bem, a partir do momento que eu escrevo qualquer coisa do tipo aqui, isso se torna público e dá direito às pessoas comentarem qualquer coisa. Mas as pessoas que nunca sentiram nada do gênero, sintam-se privilegiadas. E espero que isso nunca aconteça com vocês. Apesar de muitos acharem o máximo isso acontecer com alguém pra terem o que comentar nos barzinhos no fim de semana. Morar em Rio Branco é isso: se sujeitar à comemoração dos outros pelo estado em que você se encontra para que as rodadas de cerveja não fiquem sem assunto.
Porque morar em Rio Branco é isso: ou você se manifesta anonimamente ou as pessoas vão te olhar torto quando te encontrarem na rua. Eu, particularmente, escolhi não ser um anônimo. Assino minhas publicações com meu nome, da mesma forma que assino um documento registrado em cartório. Por quê? Porque, de certa forma, acho que ainda sei distinguir aquilo que as pessoas realmente não precisam saber daquilo que eu quero que elas saibam. Não conto tantas histórias reais, não detalho tudo o que sinto, não especifico qualquer coisa que aconteça na minha vida. Meu blog não é um diário, é um pequeno manifesto de tudo o que se passa dentro da minha cabeça, do meu coração.
Mas morar em Rio Branco é isso: você pode apenas encontrar uma pessoa e perguntar se está tudo bem. Quando essa troca de cumprimento for passada a uma terceira pessoa ela já saberá que você estava com cara de choro, muito pálido, andando apressado. E dali pra frente é possível escrever um livro sobre um simples encontro no Mercado Velho. Se eu falo sobre algumas coisas aqui, as pessoas tem o direito de comentar sim, afinal eu tornei público o que estava sentindo. Mas, gente, precisa deturpar ou simplesmente engrandecer tanto? Que dificuldade é essa de procurar algo mais útil pra fazer que ficar falando isso ou aquilo de quem nem mesmo conhece?
É que morar em Rio Branco é isso: não tem coisa mais útil pra fazer que falar da vida alheia né? Porque o interessante mesmo é achar que conhece a pessoa a fundo, que é o melhor amigo só porque leu alguma coisa na internet. Só porque você sabe um mínimo da vida da pessoa, isso já te dá o direito de achar que sabe da vida inteira. Se eu falo de coisas tristes por aqui, não significa que minha vida inteira eu fui triste. Do mesmo jeito, se eu falar de coisas alegres, não quer dizer que eu sempre fui alegre. Aliás, quem consegue viver uma vida inteira apenas n’um estado de alegria ou de tristeza, sinceramente precisa procurar um médico urgente.
Ser feliz ou ser triste não é condição de vida. É apenas um estado de espírito. As vezes dura mais, as vezes dura menos. E ninguém escolhe isso, gente. Nem sempre essa história de o sofrimento é opcional é verdadeira. E quem sente, quem passa, sabe disso. Tudo bem, a partir do momento que eu escrevo qualquer coisa do tipo aqui, isso se torna público e dá direito às pessoas comentarem qualquer coisa. Mas as pessoas que nunca sentiram nada do gênero, sintam-se privilegiadas. E espero que isso nunca aconteça com vocês. Apesar de muitos acharem o máximo isso acontecer com alguém pra terem o que comentar nos barzinhos no fim de semana. Morar em Rio Branco é isso: se sujeitar à comemoração dos outros pelo estado em que você se encontra para que as rodadas de cerveja não fiquem sem assunto.
5 comments:
Com certeza o melhor texto da semana! Disse tudo, não faltou nada!! Viciei no seu blog, e acho super bacana sua coragem de escrever publicamente, coisa que nçao tenho. Ontem mesmo comentei com uma pessoa sobre seu blog ai ela veio dizendo que era um absurdo, me discriminando já para eu nunca fazer isso. E confesso que isso me deixou meio triste. É como eu disse no texto anterior: Que jogue a primeira pedra quem nunca se sentiu triste, depressivo ou algo assim. Eu me sinto e nunca neguei, já fiz coisas absurdas, mas nunca prejudiquei ninguém. Cada um tem que cuidar da sua vida e ponto final. Você é muito especialpra mim, saiba disso.
Belo post!
como a Srta. Pucca comentou, fiquei viciado no seu blog.
[...] e compartilhar com outras pessoas que, muitas vezes, sentem o mesmo. Anonimamente.
eis um dos motivos.
Bom fim de semana
Concordo totalmente. Eu acho engraçado, que de tão fechado, nem a minha mãe consegue me definir muito bem, por que os "amigos" conseguiriam tal feito? Baseando-se no que eu escrevo? Bem, é isso que acontece. Eles juntam todas os cacos (que seriam pequenos trechos do meu dia) em um unico parágrafo e dizem se estou feliz ou triste. Ou então, julgam se minha infelicidade é mesmo verdadeira, ou se estou fazendo cena de pobre coitado. Uma coisa é certa: nunca me verão me fazendo de coitado, mesmo eu sendo exageradamente dramático, jamais irão me ver pedindo ajuda ou choramingando pelos cantos. Morar em Rio Branco é sair no jornal todo dia, mesmo não sendo conhecido. É estar na boca de pessoas que nem te conhecem, mas elas estão lá, perdendo tempo falando que você é errado, que anda com as pessoas erradas, e ainda te dão dicas de como ser alguém melhor. Daí você pára para ver a vida dessas pessoas, e resume tudo em uma coisa só: merda.
As pessoas acham que sabem tudo sobre nós, só porque temos um blog...bobinhas!!!!
Beijoss
:)
É como ser um exilado na própria terra.
Por isso gosto do silêncio entrelinhas que existe só quando se é de fato. E do anonimato de São Paulo. ;)
Venha passar um tempo aqui com a gente. É bom pra recarregar as baterias de ser quem você é.
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