Friday, August 26, 2011

em cinco anos

fico lembrando desses meus últimos anos na faculdade: meus colegas de classe, em sua maioria, já tinham planos de carreira para quando terminasse o curso. uns queriam ser procuradores, outros promotores, defensores, juízes ou simplesmente exercer a advocacia (que já é uma tarefa bem árdua quando se trata de conseguir uma clientela). e aí eu lembro que ouvia esses planos e a única observação que eu fazia era que, no máximo, eu queria ser um analista judiciário (que basta ter o curso de direito pra exercer).

apesar de já ter prestado o exame da ordem duas vezes (sem sucesso), nunca quis seguir carreira de advogado. simplesmente queria ter a oab e ponto. pra quê? pra dizer que tinha. de uma certa forma acabava por sentir aquela pitadinha de inveja dos meus colegas que já sonhavam com a carreira jurídica, já sabiam o que queriam fazer, enfim, mesmo que sem uma certeza absoluta, já tinham pelo menos uma noção de onde queriam estar dali cinco anos.

aí você me pergunta porque inveja. bem, porque apesar de dizer que eu só queria ser um analista judiciário, eu não sabia bem ao certo se era realmente aquilo que eu queria fazer. é engraçado porque, quando eu tinha sete anos, eu fiz um planejamento profissional pra mim: me formar em direito, ser promotor, depois juiz, em seguida desembargador, diretor do tribunal de justiça (na minha inocência infantil achava que esse era o maior cargo do tj) e, por fim, quando me aposentasse seria homenageado com uma rua em meu nome.

sim, eu só tinha sete anos. mas, como diria joseph climber, a vida é uma caixinha de surpresas. e muita coisa aconteceu nesses quase dezesseis anos que se passaram. o fato é que se você me perguntar onde eu quero estar daqui a cinco anos eu não saberei responder. talvez amanhã eu acorde e de repente tenha um insight. mas a probabilidade quase zero de isso acontecer não me dá muita esperança.

3 comments:

Srta. Pucca said...

Eu entrei e sai da faculdade objetivando o cargo de delegada, pois advocacia não era para mim. Hoje trabalhando na advocacia, acho que pode ser uma opção, mas no fundo, no fundo, ainda tenho o sonho ou o projeto de ser delegada. Acho que tudo é uma questão de como ver as coisas, muitas vezes a vida nos mostra que a gente pode se dar bem em algo que nunca imaginamos.

Gabriela Oliveira said...

Sinto a mesma coisa. Não sei o que fazer ou onde vou estar daqui 5 anos. E acho que esse não seja exatamente o meu maior problema...

Chico Mouse said...

Nossa, você tinha muita resolução e objetivo aos 7 anos. Nessa época, eu só queria ser astronauta, bombeiro e policial, tudo ao mesmo tempo...

Confesso que já sonhei muito em entrar pro Ministério Público. Hoje em dia me contento com qualquer cargo de analista... Quero ganhar bem, mas ter algum tempo pra mexer com música ainda.


Bem, acho que todo mundo passa por isso em alguma fase do curso superior, né? Essa... indefinição das coisas é meio cruel.