- vai tomar no seu cú.
dezesseis segundos depois, o outro retrucou:
- ô idiota, cu não tem acento.
e procura houaiss, pasquale, aurélio e tudo o mais o que poderia trazer aquela resposta. e nada. não há nada. as ofensas não interessam a um dicionário. interessam ao cérebro de cada um deles.
onde está você, onde está eu, onde estamos nós? onde nós fomos parar?
(se você souber a resposta para essa pergunta, continue. se não, pare por aqui mesmo...)
- eu te amo.
- e porque permanecemos aqui, tão longe?
- desconheço a resposta dessa pergunta.
(se você acredita em finais felizes, continue. se não acredita, também.)
achavam que voltariam juntos para casa. que se excitariam juntos ao olhar para o espelho. mas aquele momento pareceu pertencer a um só deles. o outro, ninguém sabe quem, preferiu manter-se inerte, solitário, a olhar para o espelho. reflexo só seu. egocentrismo falando mais alto que o sentimento aquela hora. ninguém sabia quem, mas só a um deles importava o sentimento àquela hora. e aquele permaneceria sendo um mistério para ambos. para mim e para você que o lê.
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