“...Ontem queria ter estado com vocêOs Descordantes - Hoje de Manhã
Sei que faria o teu sorriso aparecer
Mas hoje de manhã eu li suas palavras
Foi hoje de manhã, eu preferia nem ter acordado
Levantei e tomei o meu café
Aí o telefone tocou
Hoje de manhã tudo mudou...”
Acordei ainda tonto. Olhei para o despertador ao lado da cama e reconheci meu quarto, mas a memória ainda fraca não me deixava lembrar como havia chegado ali. Aquelas horas gastas no bar da esquina de casa trouxeram à tona um rapaz que, principalmente pelo fato de você odiá-lo, eu faço o possível para manter enclausurado dentro de mim. Mas sua ausência na noite anterior não me permitiu controla-lo. Já iam para duas horas de espera desde nosso último contato por telefone e dois copos de suco de laranja não pareciam ser suficientes para me distrair enquanto você chegava. E, depois de vencer o receio em te ligar mais uma vez, sua voz na caixa postal era o que faltava para eu suprir minha vontade e pedir uma dose de uísque.
Eu ainda acreditei que você pudesse aparecer. Arrumei todas as desculpas possíveis para corroborar seu atraso, como eu sempre costumo fazer antes de deixar que a decepção me domine. Lembro bem de dizer ao barman, quando aconselhado a desistir e ir pra casa depois de me abrir com ele, que você tinha me dito que estava com saudades e isso era suficiente para que eu continuasse ali a te esperar. Se você não disse que não iria, é porque ainda havia uma mínima possibilidade de aparecer. Mas minha consciência ia se esvaindo a cada dose daquele quinze anos que eu entornava na garganta. E a última coisa que me lembro, antes de abrir os olhos e dar de cara com meu despertador, é ignorar a mensagem que você me enviou por volta das três da manhã.
Hoje, ainda meio tonto, levantei da cama e segui para a cozinha. Um copo de água gelada, algumas bolachas e um iogurte foi tudo o que aquela dor de cabeça incômoda que se apossava gradativamente de mim permitiu que eu ingerisse. Ainda bem, porque dali alguns minutos eu não conseguiria ingerir mais nada. Enquanto ensaiava se lia ou não sua mensagem, percebi um bilhete em cima da mesa. Eu ainda não lembrava, mas ali o barman da noite anterior me garantia ter voltado para casa em segurança. O P.S. ao final me aconselhava a te deixar ir. Acreditei que ler a mensagem pudesse me fazer ter coragem de conseguir tal feito. A cada palavra meu peito doía mais. Eu não acreditava que você estava se despedindo de mim através de uma mensagem. E, afinal, ia para onde?
Antes que pudesse digitar seu número para perguntar, o telefone tocou. Não sei se era a dor de cabeça, mas parecia estar mais alto que de costume. Nenhuma das desculpas que eu inventara na noite anterior chegava aos pés da realidade que ensurdeceu minha audição. Via suas publicações nas redes sociais e me incomodava como você conseguia estar tão bem, sempre rodeado de várias pessoas e com sorrisos no rosto. Mas eu não sabia. Eu sequer cogitei a possibilidade de ir até sua casa e forçar esse encontro depois de tantos meses. Eu não imaginava que, ao contrário do que pensava, você seguia por um caminho escuro e solitário. A dor por não saber do seu destino só não foi maior do que a que senti quando aquela pessoa do outro lado da linha o revelou para mim. Porque você já não estava mais aqui para fazê-lo por si.
Eu ainda acreditei que você pudesse aparecer. Arrumei todas as desculpas possíveis para corroborar seu atraso, como eu sempre costumo fazer antes de deixar que a decepção me domine. Lembro bem de dizer ao barman, quando aconselhado a desistir e ir pra casa depois de me abrir com ele, que você tinha me dito que estava com saudades e isso era suficiente para que eu continuasse ali a te esperar. Se você não disse que não iria, é porque ainda havia uma mínima possibilidade de aparecer. Mas minha consciência ia se esvaindo a cada dose daquele quinze anos que eu entornava na garganta. E a última coisa que me lembro, antes de abrir os olhos e dar de cara com meu despertador, é ignorar a mensagem que você me enviou por volta das três da manhã.
Hoje, ainda meio tonto, levantei da cama e segui para a cozinha. Um copo de água gelada, algumas bolachas e um iogurte foi tudo o que aquela dor de cabeça incômoda que se apossava gradativamente de mim permitiu que eu ingerisse. Ainda bem, porque dali alguns minutos eu não conseguiria ingerir mais nada. Enquanto ensaiava se lia ou não sua mensagem, percebi um bilhete em cima da mesa. Eu ainda não lembrava, mas ali o barman da noite anterior me garantia ter voltado para casa em segurança. O P.S. ao final me aconselhava a te deixar ir. Acreditei que ler a mensagem pudesse me fazer ter coragem de conseguir tal feito. A cada palavra meu peito doía mais. Eu não acreditava que você estava se despedindo de mim através de uma mensagem. E, afinal, ia para onde?
Antes que pudesse digitar seu número para perguntar, o telefone tocou. Não sei se era a dor de cabeça, mas parecia estar mais alto que de costume. Nenhuma das desculpas que eu inventara na noite anterior chegava aos pés da realidade que ensurdeceu minha audição. Via suas publicações nas redes sociais e me incomodava como você conseguia estar tão bem, sempre rodeado de várias pessoas e com sorrisos no rosto. Mas eu não sabia. Eu sequer cogitei a possibilidade de ir até sua casa e forçar esse encontro depois de tantos meses. Eu não imaginava que, ao contrário do que pensava, você seguia por um caminho escuro e solitário. A dor por não saber do seu destino só não foi maior do que a que senti quando aquela pessoa do outro lado da linha o revelou para mim. Porque você já não estava mais aqui para fazê-lo por si.