Mas ele não ligava, e continuava em frente ao relógio preso na parede no centro do corredor. Ele queria sentir o tempo passar.
- Como assim que o Tempo passa e eu nem vejo? Quer dizer que enquanto eu to parado, ele vai passando e eu nem sinto?
Achava incrível essa habilidade do Tempo - com 't' maiúsculo, porque pra ele tempo era gente grande e tinha nome próprio - de passar e ninguém ver, ouvir ou sentir. Era curioso. E não achava possível que alguém tivesse o poder de passar pela gente ou levar embora e trazer tanta coisa ao mesmo tempo.
- Deixa de ser bobo, Pedrinho. Você nunca vai sentir o tempo passar, porque ele não passa pra você sentir.
Mas ele era insistente. Eles. Tanto o Pedrinho quanto o Tempo do Pedrinho que insistia em passar sem que ele sentisse. E passou tão de repente que quando Pedrinho deu por si, já tinha cabelos grisalhos e o rosto envelhecido pela idade que o tempo havia lhe dado sem perceber.
- O Tempo passou. E eu nem senti. E enquanto eu esperava sentir, ele passou correndo tão rápido que quando eu vi já era tarde demais.
4 comments:
juro que n tinha lido ito aqui antes de fazer meu poema sobre o tempo no meu blog. Só fui ver agora, juro!
Mas de qualquer forma... adorei a "historinha", muito fofa. apear do final ser meio triste.
Tempo.
Temos e não precebemos.
Ate ser tarde demais.
Ate os ponteiros do relogio enferrujarem
E não poderem mais rodas
Ate o tempo passar
E o presente virar passado
E não voltar mais
Tempo dá sempre boas histórias. Uvas também.
E tu perdeu todas as guloseimas perfeitas e um filme legal rs
Beijos
Sentir...
Como uma menina que roda num salão...
O tempo também se passa com ela!
E de que adianta ver, sentir...
Se no final das contas tudo tem um fim!
Melhor não olhar o relógio, não acompanhar os ponteiros...
Melhor mesmo é correr!!!
Viver.
Aprender.
Chorar.
Sorrir.
Amar!!
Bjus moço!
*Aperto você*
Deveria escrever um livro.
Esses seus pensamentos transcritos são lindos lindos!
o/
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