Costumava andar descalço, sem se preocupar muito com frieiras no pé. Chutava as pedras que rolavam com satisfação. E sorria. Gostava de sorrir o sorriso que vinha no rosto.
Até que um dia choveu. Seus pés descalços ficaram molhados. E perdeu o sorriso de vista. Mandou-o embora e não soube pra onde ele foi. Denorteou-se.
Ficou ignorante, desconcertado e se tornou passivo à tudo aquilo que ouvia. Faziam dele gato e sapato, mesmo que tivesse pés descalços.
Os ventos sopraram e levaram-no embora. E vinham ventos de todos os lados, cortantes, maldosos, felizes, com desespero. O menino dos pés descalços foi desaparecendo até que virou nada.
E já não tinha como se desesperar. Pôde sorrir de novo.
1 comment:
E que sorria sempre. Sempre desçalço. E talvez assim, sorrindo, ele volte a aparecer.
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