Friday, December 26, 2008

pós

Como tantas outras vezes, aquele dia 26 de dezembro não contava com as mesmas alegrias vividas quando Jorge ainda era uma criança. Papai Noel não existia mais, nem ganhava mais presentes de todos aqueles parentes que frequentavam sua casa nas festas de fim de ano. Acabara de completar 20 anos. Sua avó morrera há 10, seus irmãos não se falavam direito há quase 2. Era incrível como, para ele, a contagem de minutos, horas, dias, meses e anos era algo quase que constante. E a graça do Natal tinha ido por água abaixo. Lembrava das festas passadas, da cantoria até de manhã, dos CDs bregas, das bebedeiras dos parentes, banhos de piscina. Sentia saudade. Nada era como antes. Sentia-se como um peixe fora d'agua, impotente, com a necessidade de juntar todo mundo, mas sem conseguir. E aquele fim de ano nem parecia fim de ano. Os feriados eram meros domingos, antecedidos pela farra do sábado. Era sexta-feira, e já havia se programado até o próximo ano, mais precisamente, como todo virginiano preparado, até o dia dois de janeiro. O que talvez não fizesse muita diferença, afinal dependia de algumas outras coisas. E lá ia ele para uma festa de confraternização, um casamento, e um hotel. Talvez certas coisas devessem ser inusitadas.

1 comment:

Anonymous said...

é quando a gente menos espera que algo no faz soltar um sorriso maior que o constante.
não se programe tanto.. deixe tudo acontecer naturalmente, baby :*