louise maria foi uma grande artista de teatro na cidade de rio branco. transgrediu a linguagem e a performance teatral como nenhuma atriz ou ator havia feito. caminhava em passos dançantes, como se sempre houvesse uma música ao fundo, interpretou papéis polêmicos, como uma senhora dona de bordel que fazia parte da classe alta da sociedade - texto inspirado em uma das mulheres desta cidade dizia ela. os homens a desejavam. as mulheres, mesmo sentido-se ameaçadas, adoravam suas histórias. tinha conhecido quase o mundo inteiro, sempre afirmando que, mesmo que fizesse sucesso lá fora, não trocaria sua cidade por nada. simples, morava em uma chácara, n'uma casa não muito grande, mas que dava para viver bem consigo mesma.
já com seus quase cinquenta anos de idade conheceu uma moça. jovem, exuberante, dona de uma postura semelhante à dela em seus tempos de glória. encantou-se por ela naquela madrugada, quando, sentada na mesa de um bar, viu-a entrar desnorteando olhares alheios enquanto passava. pouco tempo depois resolveu apresentar-se. quem sabe não tivesse interesse em participar de alguma peça sua. cruzou o bar inteiro até chegar, finalmente, no canto escuro onde a moça se encontrava. soltou um pigarro fino, como era de se admirar que soubesse fazer:
- boa noite, querida. tudo bem?
ela, de cabeça abaixada, com um cigaerro na boca, apenas levantou os olhos para a louise, que abriu um sorriso enorme ao ver aquela expressão de melancolia misturada à desprezo.
- boa noite. o que quer?
- primeiramente saber seu nome.
um silêncio de vozes, enquanto a moça revirava a bolsa procurando, quem sabe, algo que pudesse acender seu cigarro. louise, muito educada, aproximou-se mais dela estendendo-lhe um isqueiro.
- obrigada. é clarisse. meu nome é clarisse.
já com seus quase cinquenta anos de idade conheceu uma moça. jovem, exuberante, dona de uma postura semelhante à dela em seus tempos de glória. encantou-se por ela naquela madrugada, quando, sentada na mesa de um bar, viu-a entrar desnorteando olhares alheios enquanto passava. pouco tempo depois resolveu apresentar-se. quem sabe não tivesse interesse em participar de alguma peça sua. cruzou o bar inteiro até chegar, finalmente, no canto escuro onde a moça se encontrava. soltou um pigarro fino, como era de se admirar que soubesse fazer:
- boa noite, querida. tudo bem?
ela, de cabeça abaixada, com um cigaerro na boca, apenas levantou os olhos para a louise, que abriu um sorriso enorme ao ver aquela expressão de melancolia misturada à desprezo.
- boa noite. o que quer?
- primeiramente saber seu nome.
um silêncio de vozes, enquanto a moça revirava a bolsa procurando, quem sabe, algo que pudesse acender seu cigarro. louise, muito educada, aproximou-se mais dela estendendo-lhe um isqueiro.
- obrigada. é clarisse. meu nome é clarisse.
2 comments:
clarisse é
definitivamente
um belo nome.
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