Era madrugada. Alegna estava deitada há horas em sua cama, esperando pelo sono que não chegava. Dividia o quarto com mais duas irmãs, que já repousavam adormecidas em suas camas. Tinha lá seus dezessete anos. As outras duas, gêmeas, já estavam na casa dos vinte. Olhava pela janela para o céu negro-azul cheio de estrelas, que, se tivessem sons audíveis, tilintariam lá do alto aquelas variáveis luzes. Adolescente, Alegna tinha sonhos: terminar o segundo grau, cursar a faculdade que tanto sonhava, arrumar um emprego bacana e constituir uma família. Uma família diferente daquela esteriotipada com marido e filhos. Não sonhava com filhos. Nem marido. Sonhava com uma outra mulher que a pudesse fazer tão feliz quanto um marido poderia fazer uma esposa. Cogitava a possibilidade de talvez adotarem uma criança anos a frente. Mas, por enquanto, era apenas uma cogitação. Alegna estava apaixonada. Achava que tinha encontrado o amor de sua vida. Cedo? Talvez. Mas, para ela - e por enquanto isso bastava - aquela era a mulher que queria para sempre ao seu lado. Estava com os pensamentos longe, quando, de repente, uma luz branca, forte, adentrou pela janela do seu quarto, bem em cima da cama onde estava deitada:
- Boa noite.
- Que-quem é você? - perguntou assustada.
- Eu me chamo Gabriel.
- Gabriel? - perguntou com os olhos fincados naquele par de olhos verdes e cabelos dourados.
- Sim. Venho trazer-lhes, em nome de Deus, boas novas.
- Trazer-lhes? - e olhou para as camas de suas irmãs, que já se encontravam em pé próximas à sua cama, com olhares fixos, sem pronunciar uma palavra sequer - Como assim?
A luz branca cessou e Alegna viu um par de asas se fechando por detrás do corpo seminu. Alto, o anjo trazia em suas mãos três pequenas cestas, cobertas por um fino tecido branco que brilhava como a luz das estrelas que observava há alguns minutos.
- Este é para você, Maria. Deus enviou-lhe para que pudesse cuidar dele. - e entregou a primeira cesta, de cujo interior ouviu-se um choro infantil.
- Este é para você, Clara. Deus enviou-lhe para que o criasse. - e entregou a segunda cesta, de cujo interior também se pôde ouvir um choro infantil.
Alegna desesperou-se. Bebês? Para criarem? Como ela poderia criar uma criança? Não tinha condições psicológica, muito menos financeira para tal:
- Permita-me, Gabriel, mas não posso aceitar o que viestes me entregar. Um filho? Não posso ter um filho, não posso criar um filho. Ainda sou muito jovem. E nem sei se quero ter filhos.
O anjo segurou a terceira cesta com as duas mãos e ofereceu-a a Alegna. Alegna segurou o arco da cesta com a mão esquerda, puxando o tecido com a outra, amedrontada com o que poderia estar ali dentro. Não houve barulho de choro infantil, muito menos lágrimas ou membros balançando compulsivamente. No lugar de uma criança um ramalhete de rosas vermelhas.
- Este é seu. Cuide com carinho que ele se reproduzirá. Apenas é necessário que lhe seja dado água. Isso vai bastar para que Deus fique contente com você. O seu destino é semear. Semear o amor. Este mesmo que você carrega dentro de si.
- Boa noite.
- Que-quem é você? - perguntou assustada.
- Eu me chamo Gabriel.
- Gabriel? - perguntou com os olhos fincados naquele par de olhos verdes e cabelos dourados.
- Sim. Venho trazer-lhes, em nome de Deus, boas novas.
- Trazer-lhes? - e olhou para as camas de suas irmãs, que já se encontravam em pé próximas à sua cama, com olhares fixos, sem pronunciar uma palavra sequer - Como assim?
A luz branca cessou e Alegna viu um par de asas se fechando por detrás do corpo seminu. Alto, o anjo trazia em suas mãos três pequenas cestas, cobertas por um fino tecido branco que brilhava como a luz das estrelas que observava há alguns minutos.
- Este é para você, Maria. Deus enviou-lhe para que pudesse cuidar dele. - e entregou a primeira cesta, de cujo interior ouviu-se um choro infantil.
- Este é para você, Clara. Deus enviou-lhe para que o criasse. - e entregou a segunda cesta, de cujo interior também se pôde ouvir um choro infantil.
Alegna desesperou-se. Bebês? Para criarem? Como ela poderia criar uma criança? Não tinha condições psicológica, muito menos financeira para tal:
- Permita-me, Gabriel, mas não posso aceitar o que viestes me entregar. Um filho? Não posso ter um filho, não posso criar um filho. Ainda sou muito jovem. E nem sei se quero ter filhos.
O anjo segurou a terceira cesta com as duas mãos e ofereceu-a a Alegna. Alegna segurou o arco da cesta com a mão esquerda, puxando o tecido com a outra, amedrontada com o que poderia estar ali dentro. Não houve barulho de choro infantil, muito menos lágrimas ou membros balançando compulsivamente. No lugar de uma criança um ramalhete de rosas vermelhas.
- Este é seu. Cuide com carinho que ele se reproduzirá. Apenas é necessário que lhe seja dado água. Isso vai bastar para que Deus fique contente com você. O seu destino é semear. Semear o amor. Este mesmo que você carrega dentro de si.
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