Enquanto espero ansiosamente pelo retorno à minha terra natal, escuto as vozes de mil consciências solitárias por entre as paredes de concreto. Os cubículos ultrapassam seus limites, vigiados por homens vestidos de cinza, prontos para acertar os corpos que ousarem se movimentar para fora do espaço no qual foram colocados. Aqui sol não nasce quadrado, mas seus raios encontram o entrave pelas formas retangulares que o aço tomou ao ser colocado. O desespero é o sentimento mais recorrente, e parece contagioso, pela forma como gradativamente se desloca entre os enclausurados. Ao mesmo tempo, a esperança assola a mente de uns poucos outros, que, dentre tantos culpados, sonham com o dia em que verão o sol nascer das janelas de suas casas.
Foto: Val Fernandes
5 comments:
"corpos que ousarem se movimentar para fora do espaço no qual foram colocados."
ado,aado, cada um ...
falando serio, DO CARALHO!
Essa coisa de quadrado me lembrou também:
Ado, ado, cada um no seu quadradado!
Já viu essa infâmia?
kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Mas falando sério agora, a foto é ótima, já tinha visto e o texto deu tudo certo, me passa uma coisa de holocausto, de campo de concentração.
Achei massa, consegue mexer com a gente.
o/
os vermes insistem em chafurdar na pele morta.
De mais athur, da uma sensação de medo oO
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