Eu não anseio por ser seu melhor amigo. Não espero ser a tecla número um na discagem de emergência, nem o padrinho do seu casamento. Não faço planos sobre aventuras que podemos viver em viagens programadas por nós a vida toda. Não me esforço para estar presente nos melhores momentos da sua vida. Não consigo te dar retorno de um mínimo do bem que você consegue me fazer sentir. Eu erro, vacilo, atropelo algumas coisas e, vez ou outra, demonstro exatamente o contrário daquilo que as palavras dizem quando saem dos meus lábios. Eu sei que - e perceber e assumir isso torna ainda mais desagradável o sentimento no meu coração - não faço por merecer tudo o que minha alma reconhece que você faz possível pra mim. Eu sei que não posso prometer nada além de tentar fazer diferente. Porque eu posso assumir o risco de tentar e não conseguir. Mas não posso conviver com o sentimento de derrota de prometer e não cumprir. Já é doloroso saber que você não acredita nas minhas palavras, imagina cogitar a possibilidade de descumprir uma promessa e sentir seu olhar de - mais uma vez - decepção.
Ainda assim, Deus sabe, o que eu tenho de melhor não está em mim, mas na união das palavras que vivem dentro da minha cabeça e que, vez ou outra, eu coloco pra passear no mundo real. Infelizmente eu não posso prometer fazer melhor e correr o risco de decepcionar. Mas, felizmente, eu tenho as palavras. E são elas que eu posso usar para tentar fazer meu melhor. Eu talvez nunca seja mesmo das pessoas que sabem agir. Mas eu sou das pessoas que sabem escrever. E você pode não acreditar em nenhuma das palavras que eu usar. Mas eu espero que você acredite que o fato de usá-las é uma das maiores provas de amor que eu posso dar a alguém. Pode ser que, pra você, elas não signifiquem tanto quanto uma atitude. Mas - e eu espero que isso signifique alguma coisa - elas salvaram minha vida tantas vezes que hoje eu as considero tão importantes quanto o ar que eu respiro.
Amor não é suficiente, eu sei. Nada, na verdade, é suficiente quando desacompanhado. Amor por si só não é suficiente. Mais que sentir é preciso falar. Mais que falar é preciso agir. Mais que agir é preciso transparecer verdade naquilo que faz. Somos eternamente insatisfeitos. É uma das coisas que nos faz andar para a frente: buscamos sempre conseguir algo melhor que aquilo que temos. Assim, com o passar do tempo, também acabamos aprendendo o quanto poderíamos ter interrompido a busca para apreciar o que já estava ali, ao nosso alcance, sem que nos déssemos conta. Perdemos muito durante os anos que passamos pelo plano terrestre porque não sabemos simplesmente como fazer valer grande parte das vitórias que conquistamos. E você é uma vitória minha. E eu não quero perder. Posso abrir mão do primeiro lugar no pódio, mas não posso deixar que o meu lugar seja desconsiderado. Porque eu jamais me perdoaria por isso acontecer pelo simples fato de não saber como te convencer de que o que eu sinto é verdadeiro. E eu não me perdoaria jamais por não dizer eu te amo, quando deveria já o ter dito tantas e tantas vezes.
Somos diferentes, pensamos diferente, vivemos de jeitos diferentes. E eu acredito que isso é algo que torna ainda mais linda uma história, sabe? Quanto mais diferentes, mais difícil parecer ser. Mas quando conseguimos ver além das diferenças, também conseguimos ver amor. E é isso que torna tudo tão especial. Porque, mesmo com minha falta de jeito para demonstrar o que você tão bem demonstra pra mim, lá dentro do nosso coração a gente sempre sabe quando é amor. Não aquilo que acreditamos ser amor quando adolescentes, mas o amor verdadeiro. Aquele que segura as pontas mesmo quando não podemos estar disponíveis um para o outro. Aquele amor que nos faz enxergar todos os defeitos que o outro tem, mas os tornam pequenos quando conseguimos enxergar a essência que o outro tem. E nossa essência é muito mais do que aquilo que fazemos, dizemos ou nos deixamos interpretar. E, mesmo que você me diga o contrário, eu enxergo sua essência através dos seus olhos. Pode ser que muitos, inclusive você, achem que também se pode fingir um olhar. Eu não acredito nisso. Não é o jeito como se olha, é o que eu consigo enxergar através do brilho que se faz presente neles. E o que eu enxergo desde a primeira vez que cruzamos os olhares é aquilo pelo que tantas vezes eu tomei partido por você.
Eu consigo te enxergar além das desistências e obstáculos que tantos insistem em manter acesos na memória. Enquanto uns se mantém focados naquilo que deu errado para construir uma ideia sobre tudo o que você não pode ser, eu mantenho o foco na fé em si mesma que você ainda não conseguiu sentir tão plenamente, mas encontra-se aí dentro apenas esperando a oportunidade de exteriorizar o ser iluminado que você é. Porque não é o que ou quem você pode ou não ser. É o que você é. Os erros são tão - ou até mais - importantes quanto os acertos. Porque são os erros que constroem quem você verdadeiramente é. São eles que te fazem crescer, amadurecer e aprender sobre tudo isso que nos rodeia e chamamos vida. Existem pessoas que não percebem o quão grande podem ser pelo simples fato de se prenderem ao que deu errado. Você não é dessas. Apenas não percebeu ainda. E mesmo que você me diga o contrário, eu sei do que eu falo. Porque isso é algo que compartilhamos. Por isso seus olhos me fascinam tanto: nós somos pessoas incríveis, mas ainda não nos deixamos envolver completamente por essa fé imensurável que carregamos dentro de nós.
Quando você fala sobre a falta de credibilidade naquilo que eu transmito, eu sinto como estar ouvindo aquilo de mim mesmo. É como se, mesmo afirmando que não conhecemos um ao outro cem por cento, nosso inconsciente soubesse mais um do outro que nosso consciente jamais estará ciente. Porque quando você me diz isso, incomoda. E quando incomoda é porque não é de todo uma afirmação absurda. Quando incomoda é porque, mesmo que de forma ínfima, percebemos que não somos tão bonzinhos quanto aparentamos ser. Percebemos que não somos tão perfeitos quanto diariamente tentam nos fazer acreditar. Quando incomoda, vez ou outra, além de expor uma ferida que se mantinha adormecida na alma, também nos faz perceber que ela pode ser, se não curada, cicatrizada. Foi isso que eu vi tão logo o incômodo me revirou o estômago e eu me percebi fitando seus olhos. Eu vi perdão. Eu vi esperança. Eu vi amor. E eu vi fé. Não apenas aquela fé em si mesma que eu vejo desde que nos encontramos a primeira vez. Eu vi fé em mim também. Foi como se você quisesse me incomodar. Não para me dar lição de moral. Não para me recriminar. Mas para me fazer acordar para uma realidade que tantas vezes eu insisto em me manter distante. Você me incomodou não apenas para me fazer ver o quão covarde eu posso ser as vezes, mas para perceber o quanto essa covardia, tão pequena as vezes, consegue manter reprimida minha coragem.
Pode ainda me faltar coragem para tomar algumas decisões. Pode ainda me faltar coragem para exteriorizar o fim daquilo que há tanto meu coração já pulsa liberto. Pode ainda me faltar coragem para deixar meu livro exposto de forma que você possa escolher a página a ser lida e não eu. Pode ainda me faltar coragem para cruzar a linha de chegada que há tanto eu permaneço apenas alguns centímetros distante. Pode ainda me faltar coragem para abrir mão daquilo que eu insisto em me fazer acreditar que me importo. Pode ainda me faltar coragem para deixar ir o que me importa, mas que não se faz necessário manter ao meu lado se não é essa sua vontade. Pode ainda me faltar coragem para olhar além do meu próprio reflexo no espelho. Pode ainda me faltar coragem para enxergar o que está além do brilho em meus olhos. Pode ainda me faltar coragem para encarar meu verdadeiro amadurecimento, acobertado por algumas atitudes voluntariamente infantilizadas. Mas não pode me faltar coragem em olhar nos seus olhos e ouvir sua voz enquanto sou lentamente levado à enfrentar o medo de lidar com minhas imperfeições. Você me lembra que não sou perfeito. E eu sou grato por isso. Porque você me faz lembrar que eu sou humano. Claro que importa toda essa inspiração à consertar o erro que você me causa também. Mas o fato de apontar o que lhe incomoda, mais do que me fazer querer ser melhor, me faz perceber minha humanidade. Eu te amo, sim. E quando você é responsável por fragmentar o fardo da perfeição que insiste em pesar nas minhas costas eu te amo mais ainda.
Eu consigo te enxergar além das desistências e obstáculos que tantos insistem em manter acesos na memória. Enquanto uns se mantém focados naquilo que deu errado para construir uma ideia sobre tudo o que você não pode ser, eu mantenho o foco na fé em si mesma que você ainda não conseguiu sentir tão plenamente, mas encontra-se aí dentro apenas esperando a oportunidade de exteriorizar o ser iluminado que você é. Porque não é o que ou quem você pode ou não ser. É o que você é. Os erros são tão - ou até mais - importantes quanto os acertos. Porque são os erros que constroem quem você verdadeiramente é. São eles que te fazem crescer, amadurecer e aprender sobre tudo isso que nos rodeia e chamamos vida. Existem pessoas que não percebem o quão grande podem ser pelo simples fato de se prenderem ao que deu errado. Você não é dessas. Apenas não percebeu ainda. E mesmo que você me diga o contrário, eu sei do que eu falo. Porque isso é algo que compartilhamos. Por isso seus olhos me fascinam tanto: nós somos pessoas incríveis, mas ainda não nos deixamos envolver completamente por essa fé imensurável que carregamos dentro de nós.
Quando você fala sobre a falta de credibilidade naquilo que eu transmito, eu sinto como estar ouvindo aquilo de mim mesmo. É como se, mesmo afirmando que não conhecemos um ao outro cem por cento, nosso inconsciente soubesse mais um do outro que nosso consciente jamais estará ciente. Porque quando você me diz isso, incomoda. E quando incomoda é porque não é de todo uma afirmação absurda. Quando incomoda é porque, mesmo que de forma ínfima, percebemos que não somos tão bonzinhos quanto aparentamos ser. Percebemos que não somos tão perfeitos quanto diariamente tentam nos fazer acreditar. Quando incomoda, vez ou outra, além de expor uma ferida que se mantinha adormecida na alma, também nos faz perceber que ela pode ser, se não curada, cicatrizada. Foi isso que eu vi tão logo o incômodo me revirou o estômago e eu me percebi fitando seus olhos. Eu vi perdão. Eu vi esperança. Eu vi amor. E eu vi fé. Não apenas aquela fé em si mesma que eu vejo desde que nos encontramos a primeira vez. Eu vi fé em mim também. Foi como se você quisesse me incomodar. Não para me dar lição de moral. Não para me recriminar. Mas para me fazer acordar para uma realidade que tantas vezes eu insisto em me manter distante. Você me incomodou não apenas para me fazer ver o quão covarde eu posso ser as vezes, mas para perceber o quanto essa covardia, tão pequena as vezes, consegue manter reprimida minha coragem.
Pode ainda me faltar coragem para tomar algumas decisões. Pode ainda me faltar coragem para exteriorizar o fim daquilo que há tanto meu coração já pulsa liberto. Pode ainda me faltar coragem para deixar meu livro exposto de forma que você possa escolher a página a ser lida e não eu. Pode ainda me faltar coragem para cruzar a linha de chegada que há tanto eu permaneço apenas alguns centímetros distante. Pode ainda me faltar coragem para abrir mão daquilo que eu insisto em me fazer acreditar que me importo. Pode ainda me faltar coragem para deixar ir o que me importa, mas que não se faz necessário manter ao meu lado se não é essa sua vontade. Pode ainda me faltar coragem para olhar além do meu próprio reflexo no espelho. Pode ainda me faltar coragem para enxergar o que está além do brilho em meus olhos. Pode ainda me faltar coragem para encarar meu verdadeiro amadurecimento, acobertado por algumas atitudes voluntariamente infantilizadas. Mas não pode me faltar coragem em olhar nos seus olhos e ouvir sua voz enquanto sou lentamente levado à enfrentar o medo de lidar com minhas imperfeições. Você me lembra que não sou perfeito. E eu sou grato por isso. Porque você me faz lembrar que eu sou humano. Claro que importa toda essa inspiração à consertar o erro que você me causa também. Mas o fato de apontar o que lhe incomoda, mais do que me fazer querer ser melhor, me faz perceber minha humanidade. Eu te amo, sim. E quando você é responsável por fragmentar o fardo da perfeição que insiste em pesar nas minhas costas eu te amo mais ainda.