o número é o mesmo. o endereço a placa do carro também. mudou o local de trabalho (duas vezes diga-se de passagem). mudou a convivência: uns se foram, outros vieram e alguns permaneceram (o sentimento também). o visual, bom, de vez em quando está de um jeito, de vez em quando está de outro. mas a mudança mais radical talvez tenha sido realizada acima do pescoço, por trás dos olhos, onde reside aquilo que chama de cérebro.
aprendeu. cresceu. amadureceu. respectivamente nessa ordem. porque aprender todo mundo pode. crescer após o aprendizado apenas alguns conseguem. e amadurecer, bem, só é possível quando se passou por essas duas etapas. essa é a concepção. até sente saudade da falta de responsabilidade, mas quando esta aparece, percebe que realmente é homem de honrar aquilo que carrega desde que nasceu naquele sete de setembro quando os astros evocavam: virgem.
é. o sorriso talvez tenha mudado um pouco. a voz... bem, a voz acho que não. o senso de justiça talvez tenha adormecido junto à fidelidade aos princípios norteadores de sua personalidade. mas, afinal, pra chegar ao terceiro estágio da manga esverdeada-amarelada é necessário cruzar alguns obstáculos e encruzilhadas das quais você pode se arrepender pra sempre. mas a vida é assim: as vezes pensar antes de agir, as vezes não. as vezes arriscar, as vezes não. mas, enfim, qualquer que tenha sido sua escolha, as consequências são visíveis. aprender a conviver com elas talvez tenha sido sua maior virtude.
e lá está, com seu cigarro e seu copo de cerveja. e pensa no passado e no futuro. mas, jamais, se desliga do presente. aquele que se vive agora. porque, afinal, só há dois dias do ano em que nada pode ser feito: hoje e amanhã. é assim. o agora é aquilo que acontece. ontem já foi. amanhã ninguém sabe. e era assim que continuava. sua vida só fazia sentido mesmo naquele exato momento em que estava ali. o que acontecera antes ou o que podia acontecer amanhã não importava. feliz? era o estado de espírito do momento. aliás, é.