deito-me na sacada ao som do vento, que insiste em me fazer companhia. sozinho nesse apartamento, minha vida, de longe, parece tão vazia, insignificante. insignificante eu: gênio indomável, cavalo selvagem, palhaço de circo com platéia formada de espelhos. e não de narciso, mas de um vazio interior. internamente desato meus cadarços, como se fosse possível voar. esqueço-me que não tenho asas e praticamente cometo suicídio ao tentar me lançar desse tão alto precipício que é a minha mente. mentalizo lembranças infantis como se pudessem me fazer voltar no tempo, como se pudesse ser criança novamente e me livrar de todos os males que o amadurecimento traz. trago em mim o desejo de que, certa ou incertamente, consiga renovar meu espírito e transformar espelhos na platéia que um dia desejei ter.
No comments:
Post a Comment