esse ano me comportei direitinho. comecei o ano pedindo a deus para que o restante fosse bom. pedi que muitas coisas boas acontecessem. é, definitivamente, aconteceram. talvez eu tenha me comportado como um menino bobo de vez em quando, mas quem não é de vez em quando nesse mundo adulto cheio de responsabilidades, não? e, bem, posso ter dito algumas palavras indesejáveis a pessoas que não mereciam. mas se eu soube pedir desculpas, conta? extrapolei o limite de minha própria sanidade, agi comigo de uma forma que eu jamais agiria com qualquer outra pessoa. mas... me arrependi, serve? tomei atitudes desesperadas, outras pensadas, outras arriscadas. e sofri as consequências. de todo, veio os aprendizados. aprendi a pedir perdão de coração, e que ser perdoado pode fazer comigo quase setenta por cento do que um orgasmo faz. comi minha família, como devoraria um prato de brigadeiro de panela igual o que a minha mãe faz. meus irmãos, meus pais, meus tantos outros parentes e amigos me possuíram de uma forma que eu jamais chamaria um exorcista para retirá-los de mim. e, olha papai noel, mesmo que mais perto do fim do ano, eu tive a lição mais importante da minha vida, e espero que isso conte quando pensar em me dar um presente: aprendi a cuidar de mim. passei a realmente existir para mim mesmo. me tornei egoísta, egocêntrico como talvez nunca tenha sido. e isso é um ponto positivo. ser altruísta demais não me trouxe somente satisfação pessoal - o que, na verdade, nem é tão altruísta assim, nao é mesmo? - mas algumas decepções pelo caminho. e ser altruísta comigo mesmo me fez acreditar que, sim, eu ainda posso ser feliz. eu não sei o que pedir de presente, porque, definitivamente, meu maior presente já me foi dado. apesar de todas as angústias, meus maiores presentes já me foram dados durante todo ano. e - hehe -, se isso conta, eu posso ter deixado de acreditar em você lá quando eu tinha sete anos, mas deixar de acreditar, pra mim, não significa que você não exista. essa certeza, afinal, fica para as minhas crianças. pensa aí no que eu mereço. juro que aceito sem juros, sem correção monetária e sem piedade. afinal o senhor ainda é o bom velhinho, não?
com carinho,
Jeronymo Artur
Jeronymo Artur
1 comment:
papai noel não desde pela chaminé de gente crescida, ouvi dizer.
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