Começou com uma cadeira virando pra mim e um assunto engraçado sendo conversado. Mas eu prefiro dizer que começou com o primeiro encontro. Meu primeiro encontro, por assim dizer. O fato é que a primeira vez é sempre inesquecível. Pelo menos para mim. Eu estava nervoso, era perceptível. As mãos inquietas, a voz quase inaudível, a falta de assunto e o coração acelerado. Era minha primeira vez. Do primeiro encontro veio o primeiro abraço. Apertado, sem malícia, com carinho e muita gratidão. O nervosismo já não imperava, mas eu ainda ria descontroladamente vez ou outra. Ou sorria sem motivo, digamos. Então o primeiro beijo. Conectado sem amarras, sem diferenças, apenas com um encaixe perfeito. Do primeiro beijo a primeira espera. Não ultrapassar limites, não colocar a carroça na frente dos bois, ir com calma. Um riso bobo, um abraço apertado e o coração sempre acelerado. Então o encontro de corpos. O primeiro encontro de corpos. As mãos trêmulas afagando os cabelos enquanto se seguia rumo ao desconhecido. Um destino desconhecido que parecia há muito estar entrelaçado ao desejo de ambos. E o coração acelerado, sempre. Assim traduzia-se o bater de asas das borboletas dentro do estômago. Uma capacidade eloquente de transformar cada momento em uma primeira vez.
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