Wednesday, May 28, 2008
do quarto pecado capital
Pois ergo-me fielmente na sua tristeza,
Que transforma meu ego no que eu espero que seja.
O seu sentimento de inferioridade me fortalece,
A cada queda da qual você não se levanta.
Afunde no mais fundo dos mares,
Eu te ajudo a amarrar as pedras aos pés.
Sua desgraça será minha vitória,
E, assim, feliz serei.
Wednesday, May 14, 2008
Monday, May 12, 2008
Carta Aberta à Coletividade
O Catraia é um coletivo de pessoas de várias áreas do conhecimento que enxergam a cultura como um meio de agregar, estimular, potencializar e realizar mecanismos capazes de escoar, integrar e difundir produções artísticas, educativas e culturais para o benefício da sociedade onde está inserido. Sistematizado como coletivo de cultura há sete meses, agentes culturais formam o Catraia, que por sua vez forma, com outros coletivos e grupos articulados, um circuito integrador da cultura independente brasileira, o chamado Circuito Fora do Eixo. Gerido empiricamente por um regimento interno que vem sendo formulado com e para a participação de todos os seus envolvidos, o Catraia é também um grupo aberto e heterogêneo, que vê não só na criação e aplicação de metodologias, mas também na pluralidade de seu quadro, o melhor meio de alcançar seu objetivo: o fortalecimento e solidificação da cultura independente no Acre e no Brasil.
Ignoram que até quando se pretende ser parcial e passional, é preciso ser primeiramente imparcial e racional
As críticas desqualificadas feitas por essas pessoas, se apoderam das ações do Catraia, dos esforços feitos por seus colaboradores e se constroem com um único objetivo: desestabilizar os passos de quem caminha pela Cultura, através da coletividade e destruir qualquer tentativa de acerto. São críticas que ferem a autonomia e o direito de autodeterminação do Catraia e de seus parceiros, pois abordam de forma ferina e deturpada assuntos comuns a todos ali, muitas vezes ultrapassando as noções da boa convivência e da ética. Acusam o Catraia de ser sectarista e estratificador nas suas ações. Mas esquecem que as nossas portas sempre estiveram abertas, assim como os ouvidos dos que aqui estão. No Catraia somos a favor do debate. Ouvimos o que queremos e o que não queremos. Assim como somos estimulados a falar não só o que queremos, mas o que devemos. Ao contrário do que se afirma erradamente, a verdade do Catraia é feita da soma das verdades das várias pessoas envolvidas em seu processo.
Somos contra o pensamento 'farinha pouca, meu pirão primeiro' e batalhamos para erradicar posturas individualistas que atravancam nosso trabalho
Além de estimular as bandas, associadas ou não, através de ações pró-ativas, como o estúdio de ensaio e a assessoria de marketing, imprensa e publicidade, o Catraia busca formas de escoagem de produção, criando mecanismos profissionais para fomentar o trabalho da cena cultural independente de Rio Branco. Com recursos próprios e das parcerias, o Catraia discute e age para que a emancipação desse trabalho aconteça para outros pontos da sociedade e do estado, não se restringido a um pequeno feudo de atuação. Somos contra o pensamento "farinha pouca, meu pirão primeiro” e batalhamos para erradicar posturas individualistas que atravancam a ampliação do nosso trabalho engajado. Entre erros e acertos, nos capacitamos. Permutamos experiências e tecnologias. E estimulamos a participação das pessoas nos diversos campos da cultura. Não detemos fórmulas, nem protocolos, tampouco a verdade absoluta. Mas sabemos onde estamos e pelo o que lutamos. Pelo Catraia, aprende-se errando e erra-se aprendendo.
Embora algumas pessoas tenham optado por criticar os processos metodológicos que vêm sendo implantados internamente no Coletivo Catraia, para nós, catraieiros, nunca nos coube julgar ou condenar os processos utilizados por essas pessoas e seus meios e veículos de informação cultural. Sempre respeitamos e continuaremos a respeitar a dimensão conceitual e de auto-gestão de todos os projetos, veículos ou grupos que trabalhem com cultura, por acreditarmos que a pluralidade se dá com respeito e todo objetivo comum deve ser alcançado de forma coletiva. Também nunca coube ao Catraia analisar ou criticar tecnicamente uma banda. Para o Catraia toda banda, independente de seu estilo, tem importância, que é medida pelo trabalho, relevância e consistência de sua postura no fortalecimento da cena de música independente acreana e brasileira.
O Catraia se preocupa com a qualidade de seu trabalho, mas leva em conta o oneroso processo de capacitação de seus envolvidos
Atenciosamente,
Janu Schwab – Gestor de Marketing e Estratégia, Rodrigo Forneck – Gestor de Produção e Eventos,
Monday, May 05, 2008
E a saudade...
- Mas já vais? Está cedo.
- O que seria cedo?
- Talvez isso de ainda não ter vivido tudo.
- O que é um tudo pra viver? Nunca é cedo, nem tarde. Basta viver, entende?
- Quero mais tempo com você.
- Todos queremos, mas vivemos bastante. Juntos. Isso não basta?
- Não.
- Não se preocupe, você não será esquecida.
- Não tenho medo disso. Tenho medo de não ver-te mais.
- Talvez isso aconteça. Mas qual o problema? As lembranças não permanecerão?
- Sim.
- Então... Contanto que não esqueçamos um do outro, se não nos encontrarmos mais, isso não será de tanta importância. Não que não fosse bom nos encontrarmos, pelo contrário, seria ótimo, mas .
- Irei aguardar-te.
- Não, não me aguarde. Não se atormente esperando pelo dia em que eu voltar. Viva. E se surpreenda quando eu aparecer novamente. Assim, subitamente, nosso encontro poderá ser mais caloroso.
- Ah.
- Não, não chore. A não ser que seja de felicidade. Não chore pela minha partida, mas pela nossa vida. Pelo que passamos juntos. Assim, saberei que te fiz feliz.
- Gostaria de conseguir.
- Você consegue. E cada vez que o vento soprar, lembre-se que eu posso estar longe, mas mandarei beijos de boa noite e bom dia, a cada manhã e noite no resto de minha vida, assim como fiz por todo esse tempo.
- Vou sentir sua falta.
- Também sentirei a sua.
Com um abano de mãos, ela o viu seguir o caminho que aparentava ser perigoso, mas que ele, com sua eterna coragem, conseguiria transpassar. Fechou o portão e entrou. Seus dias talvez não fossem mais tão alegres, mas, com certeza, aquelas lembranças nunca sairiam de sua mente. Estava agradecida.